Título: O aprendiz
Autor: Taran Matharu
Editora: Galera Record
Publicação: 2015
Páginas: 350
Nota:
“Em O aprendiz, primeiro volume da série Conjurador, Fletcher é um órfão de 15 anos e, para sua surpresa, conseguiu invocar um demônio do quinto nível. O problema é que apenas os nobres deveriam ser capazes de conjurar criaturas e usá-las na guerra contra os orcs. Mas plebeus como Fletcher também podem ser conjuradores, e o garoto consegue uma vaga na Academia Vocans, uma escola de magos que prepara seus alunos para os campos de batalha. Lá, ele irá enfrentar o bullying dos nobres, mas também aprenderá feitiços e fará amigos incomuns, como anões e elfos. Além de se provar digno de uma boa patente na guerra, Fletcher e seu grupo de segregados precisam se unir e vencer o preconceito que sofrem na desigual sociedade de Hominum.”
A
história é contada por Fletcher, um jovem inteligente e astuto que se mostra
assim devido as condições de plebeu. Na narrativa inicial já se percebe a
grande carga de debate político social que percorrerá toda a história; e que a
torna muito interessante por esse aspecto pouco explorado em outras fantasias -
tanto os plebeus, quando os anões e os elfos são tidos como menores em escalas
sociais.
É
narrada em terceira pessoa, mediada por Fletcher, que por vir de uma pequena
vila pouco conhecida no reino não sabe muito sobre as pautas políticas que
vigoram, além de que esse fato dá brecha para o autor contar aos poucos como o
sistema de Hominum funciona. Em alguns momentos o personagem conta sobre as
histórias antigas de seus povos e das guerras que já ocorreram, mas a
explicação rasa não dá profundidade a mitologia antiga da história.
Cria-se
um sentimento forte de empatia sobre Fletcher e seus amigos, tanto que com os
acontecimentos ocorridos no decorrer da narrativa o autor consegue ter o apoio
do leitor a causa que Fletcher desenvolve;
tanto que seus objetivos – antes se contavam como sobreviver fora de Pelego e
depois passaram para lutar pela causa/direito dos anões e elfos. O autor
conseguiu acertar na criação de um personagem que mistura aptidão para ser mago
com o esforço do estudo – Fletcher demonstra dificuldades em alguns momentos e
isso mostra que ele não é aquele personagem “abençoado” com poderes além de sua
suposta capacidade por algum motivo que descobrimos mais tarde, característica
tão comum nas literaturas de fantasia atuais. Ele utiliza da inteligência para
derrotar (ou fugir) de seus inimigos e ainda mais do conhecimento de que
aqueles aos quais se acham superiores tendem a subestimar os que pensam ser
mais fracos.
Um
livro muito interessante pelas questões que aborda e pelos valores aplicados
aos personagens que se mostram determinados em suas causas pessoais, apesar da
pouca idade que possuem.
Como
a maioria dos livros de série, O aprendiz é uma introdução ao mundo de Hominun
e a problematização principal apresentada no início do livro somente será
respondida em outras histórias, porém, seus passos para alcançá-las já foram
realizados.
Comentário informal:
Gostei muito da temática abordada – está presente em outras histórias de
fantasia, mas não costuma ser o tema geral. E de Fletcher, apesar de não
conseguir definir uma personalidade para ele.
A mitologia criada é
bem interessante, principalmente a que envolve os demônios, mas achei que ficou
uma coisa meio rasa, do tipo “explicação do momento”.
Como já falei na
resenha, é um livro mais do tipo introdutório e se o autor seguir a linha de
pensamento que se propôs os próximos livros serão bem legais, com essa parte
política e de guerra criando uma tensão aflorada que vai fazer a história
incrível.
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